sábado, 3 de maio de 2008

Homem de Ferro, Por Willian


E está valendo! A temporada de Blockbusters tem início com o pé direito no ano de 2008.

Depois de ter entregado grande parte das batalhas e surpresas em sua campanha, Homem de Ferro chega às telas cinematográficas trazendo muito mais do que um longa recheado de efeitos visuais e um roteiro infantil.

O filme cativa e chama a atenção desde seu ótimo início com a música “Back in Black” do AC/DC até o término de seus créditos com “Iron Man” do Black Sabbath como tema de fundo.

Como era de se esperar, não é a melhor adaptação de um herói já feita para os cinemas. Mas está longe de ser a pior; pelo contrário, a película capta perfeitamente o universo de fantasias e impossibilidades de um ser que voa à base de uma armadura repleta de armamentos e tecnologias especiais.

O protagonista da fita é Tony Stark (Robert Downey Jr.), um rico e bem sucedido fabricante de armas americano. Stark leva a típica e polêmica vida de um verdadeiro playboy: tem uma mulher para cada dia da semana, está sempre aparecendo em capas de revistas e não se importa com mais nada a não ser ele mesmo.

Mas a biografia de sua vida começa a ser reescrita quando Tony é apanhado por um grupo de terroristas em uma visita ao Afeganistão. A fim de usá-lo para montagem de mísseis, a equipe - que se autodenomina “10 Anéis” - utilizou de armamento pesado em sua captura, fazendo com que Stark ficasse gravemente ferido. Agora, o rico e poderoso homem se mantém vivo graças a transistores e energia implantados em seu peito, meio que substituindo e aumentando a potência de seu coração.
Mantido em cativeiro por meses, o futuro herói começa a construir sua origem - literalmente. Em meio a muito ferro e ciências aplicadas, Tony visualiza um meio de escapar do lugar onde é mantido prisioneiro. É aí que sua primeira armadura, a Mark 1, ganha vida.



Após vários tiros, explosões e um desastroso vôo com uma péssima aterrissagem, Stark regressa aos Estados Unidos com novos ideais em mente. Fechar a fábrica foi uma das primeiras ações de sua nova vida. A segunda, era construir um novo e melhorado protótipo de sua vestimenta, nasce então, a Mark 2.
Isso seria apenas o ‘começo do resto da vida’ de Tony Stark. Pois o filme apresenta mais elementos do que se era esperado pelo público que acompanhou as divulgações de suas fotos e trailers. Créditos ao roteirista Arthur Marcum que soube como tratar a história da maneira como deveria, um gibi adaptado para as gigantescas telas de cinema.

Jon Favreau (Zathura - Uma Aventura Espacial) realmente soube o que fazer com um megafone na mão e uma cadeira de diretor para sentar-se. Alternando entre círculos de ação desenfreada e piadas aproveitadoras, o longa é guiado por uma mente que soube respeitar o universo característico de um super-herói e seus complicados processos de origem e conquistas.
O filme não é um gênero de comédia, mas não é por isso que não temos elementos característicos nas mais variadas cenas. Tony Stark solta piadas nos mais inesperados e inoportunos momentos. E o que poderia ser uma baixa para a nota final da fita, transforma-se em um de seus maiores acertos. Pois são raras as produções que conseguem desenvolver um trabalho realmente sério baseando-se em uma HQ; fracassos como “Elektra” e “Motoqueiro Fantasma” estão aí para mostrar a todos como um filme não deve ser produzido.




A presença de Robert Downey Jr. (Zodíaco) no papel principal foi indispensável para a realização de um excelente trabalho final. O ator esteve impecável em todos os 126 minutos de exibição do longa-metragem. Não há uma cena que não seja roubada pela sua dedicada e sensacional atuação. O astro soube interpretar as mais variadas faces de Tony Stark no longa: o grande empresário construtor de armas, o egocêntrico e metido playboy, o inteligente e respeitado cientista e o inexperiente e poderoso herói.
Também há de se destacar as atuações de Jeff Bridges (Alma de Herói) e Gwyneth Paltrow (Capitão Sky e o Mundo de Amanhã), respectivamente o vilão Monte de Ferro e o par romântico de Stark no filme. Mas seus desempenhos tornam-se secundários tendo Downey Jr. na mesma equipe.




Os efeitos especiais nem sempre cumprem o que deveriam. Em certos momentos, o CGI usado na construção do Homem de Ferro é facilmente notado pelo público pagante; deixando a impressão de que o herói está dentro de um vídeo-game com gráficos de última geração ao invés de uma verdadeira batalha no mundo real.
As cenas de vôo não deixam de ser bem finalizadas e lindas de se admirar. Mas há, em “Superman Returns”, exemplos mais sólidos de como um homem pode varar os céus sem parecer falso.
O longa é o pontapé inicial da Marvel como produtora de seus filmes. A maioral dos quadrinhos tem o seu próprio estúdio de agora em diante - obviamente, com o nome de “Marvel Studios”. O que, sem dúvida alguma, trará grandes e excelentes adaptações para os fãs do gênero.
Ou seja, “Homem de Ferro” certamente será o primeiro de muitos. Só nos resta torcer para que o nível das próximas películas seja, ao menos, mantido.


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